domingo, 28 de dezembro de 2008

Último Suspiro De Amor


Estou entregue. Entregue à brisa, entregue ao mar, entregue ao pôr-do-sol, entregue à escrita, entregue à vida... Entregue ao nada. É inimaginável a importância de um viver se os dias passam e os meus olhos não podem contemplar você. Sufocante, torturador, aterrorizante, arrebatador. Te sentir em músicas, ler-te em poesias, te ouvir na mais suave sinfonia - leviano assim mesmo é o amor. O maior mal, o melhor bem - Contraditório é amar, paradoxal é o amor. Lágrimas lavam dos meus olhos teu sorriso, esperando quem sabe o apagar. Arrepio em minha pele é lembrança da tua boca ao falar. Monótono, desesperançoso o tempo passa. Senão contigo viver, aventurar, consumar, para que ainda existir? Não há razão se comigo não estais aqui. Desejo desesperadamente a morte. Espero ansiosamente alcançar esse querer. E quando eu descansar dessa vida nefasta em que meu único anseio foi utopia entenderás então que minha existência está nessas palavras gravada, e assim, poderás escrever em meu epitáfio o meu último dizer, inspirado e dedicado unicamente a você, dito com os olhos ardendo de paixão e balbuciado em completas palavras de dor, nasci para amar e morri por amor. [ABELENDA, Eduarda – Último suspiro de amor]